Em maio de 2012 surge a 1ª Edição do Orçamento Participativo de Oeiras 2012/13 (OP12/13), que é mencionado pela edilidade como “um mecanismo de promoção da cidadania ativa e de democracia participativa e voluntária que assenta na consulta direta aos cidadãos, dando-lhes oportunidade de proporem e elegerem projetos de interesse para o concelho.” (CMO, 2013a). Refere ainda que a “realização do Processo de OP procura contribuir para um modelo de governância mais dinâmico, assegurando a participação, a abertura e a igualdade“ e adequando “as políticas municipais às necessidades e expectativas dos munícipes, promovendo uma gestão sustentável do território (CMO, 2013b, p. 98).
À data destes acontecimentos as Associações de Pais (AP’s), em sinergia com o Centro Comunitário de Linda-a-Velha (CCLAV) e grupo de cidadãos pertencentes ao Movimento de Transição de Linda-a-Velha (ITLaV), reformulam o PIPEP (que em 2011 estava unicamente direcionado para a comunidade escolar), e apresentam o que seria denominada de Proposta 57 - Quinta Urbana Pedagógica (QUP), que projectava uma espaço multidisciplinar, multifuncional e intergeracional, onde a Escola e a Comunidade se pudessem encontrar e partilhar experiências e saberes. O projecto previa uma Área Social, constituído por uma eira de grandes dimensões e suportado por bibliotecas, salas de apoio e instalações sanitárias; uma zona com Hortas Urbanas, com talhões de pequena dimensão (< 50m2) para hortelões individuais; e uma zona com Horta Pedagógica/ Comunitária, com canteiros de grandes dimensões, vocacionados para a recepção de alunos e associações e para a prática de culturas arvenses (grande extensão) que normalmente não são praticadas nas hortas urbanas, mas que fazem parte da alimentação em elevado estado de processamento (ex: cereais de outono/ invernos e primavera/verão).
A primeira intervenção no espaço foi através de uma iniciativa de voluntariado/ cidadania participativa promovida por entidades locais foi realizada em 2015, com a plantação do Pomar Comunitário, envolvendo cerca de 250 pessoas, que segundo a imprensa local foi: “uma festa de cidadania, da comunidade e da natureza” que envolveu “pessoas de todas as idades, com ofícios diversos, reformados e no activo, pais e filhos juntos…”
Este espaço difere das restantes ofertas educativas providenciadas por outras Quintas Pedagógicas, a saber: (a) em vez de visitas pontuais anuais, está prevista uma maior frequência das visitas/ atividades no mesmo ano letivo para os mesmos grupos de alunos, os quais terão oportunidade de verificar “in loco” a evolução do estado vegetativo das plantações/ sementeiras realizadas; (b) envolvimento e participação da comunidade e familiares na manutenção dos espaços pedagógicos; e, (c) coexistência, no mesmo espaço, de zonas dedicadas aos cidadão e alunos - a Escola não se cinge ao espaço escolar, tendo a QUP um potencial para o alargamento do campo educativo.

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